DA LITERATURA REPARADORA À REPARAÇÃO DA LITERATURA

PERSPECTIVAS DA TEORIA E DA CRÍTICA ATUAL

Autores

Palavras-chave:

Literatura, Reparação, Intransitividade

Resumo

O presente artigo parte do conceito de “Literatura Reparadora”, como proposto por Cechinel (2021), para discutir esse fenômeno, primeiro buscando entender de que forma ele vem sendo tratado na grande mídia, e depois em outros autores, como Corpas (2024), Brown (2019) e Larsen (2011). A partir das ideias de Lukács (2023) e Vielmi (2018), argumenta-se em torno da oposição reparação vazia vs. reparação real, questionando se, de fato, cabe à Literatura qualquer papel reparador ou terapêutico, como vem sendo advogado por certas correntes de teoria e crítica há alguns anos. Em defesa da ideia de inutilidade, apresentam-se ao cabo os pensamentos de Durão (2017), para quem a força do literário, especialmente em face do avanço irrefreável da forma mercadoria e da indústria cultural, reside precisamente em sua insistência em recusar a noção de utilidade, bem como qualquer positividade que o torne refém de seus arredores. A Literatura, assim, desponta como resistência, na medida em que afirma sua negatividade e intransitividade.

Biografia do Autor

Douglas Vinícius de Moraes Lima, Universidade Estadual de Campinas

Mestrando em Teoria e História Literária (IEL – Unicamp). Especialista em Português e Literatura (Mackenzie-SP) – Tem interesse em estudos da Lírica, Teopoética e Mística. Pesquisa o poeta Manoel de Barros em interface com o Zen-budismo.

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Publicado

17.09.2024

Como Citar

Lima, D. V. de M. (2024). DA LITERATURA REPARADORA À REPARAÇÃO DA LITERATURA: PERSPECTIVAS DA TEORIA E DA CRÍTICA ATUAL. Revista Coletivo Cine-Fórum, 2(2), 129–143. Recuperado de https://revistacoletivocine.xyz/index.php/cineforum/article/view/36

Edição

Seção

Artigos