DA LITERATURA REPARADORA À REPARAÇÃO DA LITERATURA
PERSPECTIVAS DA TEORIA E DA CRÍTICA ATUAL
Palavras-chave:
Literatura, Reparação, IntransitividadeResumo
O presente artigo parte do conceito de “Literatura Reparadora”, como proposto por Cechinel (2021), para discutir esse fenômeno, primeiro buscando entender de que forma ele vem sendo tratado na grande mídia, e depois em outros autores, como Corpas (2024), Brown (2019) e Larsen (2011). A partir das ideias de Lukács (2023) e Vielmi (2018), argumenta-se em torno da oposição reparação vazia vs. reparação real, questionando se, de fato, cabe à Literatura qualquer papel reparador ou terapêutico, como vem sendo advogado por certas correntes de teoria e crítica há alguns anos. Em defesa da ideia de inutilidade, apresentam-se ao cabo os pensamentos de Durão (2017), para quem a força do literário, especialmente em face do avanço irrefreável da forma mercadoria e da indústria cultural, reside precisamente em sua insistência em recusar a noção de utilidade, bem como qualquer positividade que o torne refém de seus arredores. A Literatura, assim, desponta como resistência, na medida em que afirma sua negatividade e intransitividade.
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