ME CHAME PELO SEU NOME

IDENTIDADE, SEXO E GÊNERO SOB AS PERSPECTIVAS DE JUDITH BUTLER E PAUL B. PRECIADO

Autores

  • Cristian Abreu de Quevedo CEO da Startup IS Impérios Sagrados
  • Brunilda Tempel Reichmann Uniandrade

Palavras-chave:

Adaptação, Intermidialidade, Identidade, Gênero, Sexo

Resumo

Esse artigo analisa as relações intermidiáticas entre o romance Me chame pelo seu nome, de André Aciman, e o filme homônimo, dirigido por Luca Guadagnino. A partir de uma análise comparativa/contrastiva entre as duas mídias, aprofundaremos as questões sobre adaptação com ênfase nos conceitos de Robert Stam. Para o autor as “adaptações redistribuem energias, provocam fluxos e deslocamentos; a energia linguística do texto literário se transforma em energia áudio-visual- cinética-performática na adaptação” (2017, p. 30). A fluidez narrativa das questões de identidade, sexo e gênero presente nas duas obras será abordada sob o viés da materialidade dos corpos e de produção de sentido queer, sob a perspectiva de Judith Butler e Paul B. Preciado. Entendemos que as características dos processos intermidiáticos acompanham o avanço das teorias de gênero e influenciam na produção das mais diversas mídias. Para Stam (2007, p. 190), as(os) teóricas(os) associadas(os) aos estudos de gênero e à teoria queer, rompendo com os binarismos/essencialismos até então vigentes, enfatizam a ideia de que as fronteiras entre identidades de gênero são altamente permeáveis e artificiais e de que o gênero é sempre uma performance. Corpos que importam: os limites discursos do “sexo” (2020) de Judith Butler, Texto junkie: sexo, drogas e biopolítica na era farmacopornográfica (2020) de Paul B. Preciado e Introdução à teoria do cinema (2017) de Robert Stam serão as livros utilizados na análise comparativa/contrastiva entre os “textos”. As relações dialógicas entre os textos, serão abordadas a partir da noção de uma narrativa queer que aparece em ambas as mídias analisadas aqui no duplo aspecto de performance: o relacionado às questões de identidade de gênero e o de materialidade dos corpos. Entendemos que a linguagem dos afetos, responsável pela aproximação entre os protagonistas Elio e Oliver, aparece tanto no texto fonte como na adaptação de Me chame pelo seu nome. A linguagem dos afetos é uma tentativa de compreender o mundo e a construção identitária de sujeitos considerados queers e que está presente tanto no hipotexto como no hipertexto. Se sexo e gênero são performances (linguagens performáticas), ou seja, um constructo social, de que maneira tanto o livro quanto o filme trabalham a noção de identidade, sexo e gênero gerando aproximação entre os protagonistas?

Biografia do Autor

Cristian Abreu de Quevedo, CEO da Startup IS Impérios Sagrados

Possui graduação em Filosofia pela Universidade de Passo Fundo (2006). Mestrado em Teoria Literária pela Uniandrade (2017). Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia; na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária. Também experiência em Sociologia com ênfase em Sociologia e Psicanálise. Atualmente é CEO da Startup IS Impérios Sagrados.

Brunilda Tempel Reichmann, Uniandrade

PhD pela University of Nebraska in Lincoln – USA; Pós-Doutora pela UFMG; Coordenadora e Professora Titular do Mestrado em Teoria Literária da Uniandrade; Fundadora e editora da revista Scripta Uniandrade

Referências

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

GENETTE, Gérard. Palimpsestos: a literatura de segunda mão. Extratos traduzidos do francês por BRAGA, C; VIEIRA, E. V. C.; GUIMARÃES, L; COUTINHO, M. A. R.; ARRUDA, M. M.;VIEIRA, M. Belo Horizonte: Viva Voz, 2005. Disponível em http://www.letras.ufmg.br/vivavoz/data1/arquivos/Palimpsestoslivrosite.pdf. Acesso em 27 ago. de 2021.

HUTCHEON, Linda. Uma teoria da adaptação. Trad. André Cechinel. Florianópolis: Editora da UFSC, 2011.

MARTIN, Marcel. A linguagem cinematográfica. Lisboa: Dinalivro, 2005.

PRECIADO, PRECIADO, Paul B. Testo junkie: sexo, drogas e biopolítica na era farmacopornográfica. Tradução de Maria Paula Gurgel Ribeiro. São Paulo: N-1 Edições, 2018.

"O Julgamento". Tradução de Gentil de Faria. Folha de São Paulo, caderno Mais!, São Paulo, 21 de maio de 1995. Disponível em <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/5/21/mais!/35.html> Acesso em 28 de set. de 2021.

STAM, Robert. Teoria e prática da adaptação: da fidelidade à intertextualidade. Revista Ilha do Desterro, Florianópolis, nº 51, p. 19-53, 2006.

Downloads

Publicado

19.05.2024

Como Citar

Abreu de Quevedo, C., & Tempel Reichmann, B. (2024). ME CHAME PELO SEU NOME: IDENTIDADE, SEXO E GÊNERO SOB AS PERSPECTIVAS DE JUDITH BUTLER E PAUL B. PRECIADO. Revista Coletivo Cine-Fórum, 1(1), 74–86. Recuperado de https://revistacoletivocine.xyz/index.php/cineforum/article/view/6

Edição

Seção

Artigos