ENTRE PÁGINAS E PROMPTS
A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA) COMO FERRAMENTA PARA A ESCRITA DE UM ROMANCE NATURALISTA
Palavras-chave:
Inteligência Artificial (IA), Naturalismo, Escrita Criativa, GPT-4Resumo
O artigo explora a relação entre o movimento naturalista do século XIX, que enfatizava o determinismo ambiental e social, e a crescente aplicação da inteligência artificial (IA) na criação literária contemporânea. Ao examinar obras icônicas do naturalismo, como L'Assommoir, de Émile Zola, e O Cortiço, de Aluísio Azevedo, o texto destaca a intertextualidade presente nessas narrativas e como elas refletem as realidades sociais de sua época. A partir dessa análise, o artigo sugere que a IA pode desempenhar um papel semelhante na literatura moderna, ajudando os escritores a processar e interpretar grandes quantidades de dados contemporâneos para criar obras que preservem o rigor e a profundidade característicos do naturalismo. O estudo apresenta um experimento prático em que a IA, por meio de um chatbot baseado no GPT-4, foi utilizada para desenvolver a estrutura de um romance naturalista, abrangendo a criação de personagens, enredo e ambientação. O chatbot foi alimentado com informações sobre o naturalismo e obras literárias clássicas, resultando em uma narrativa que reflete as condições sociais, econômicas e biológicas dos personagens, em linha com os princípios fundamentais do movimento literário. O artigo conclui que, apesar das novas oportunidades oferecidas pela IA para a criação literária, o papel do autor humano continua sendo crucial. A sensibilidade e a intuição humanas são essenciais para guiar a tecnologia, garantindo que as obras criadas mantenham profundidade e relevância. A fusão entre a IA e a literatura naturalista não apenas perpetua o movimento, mas também abre novas possibilidades para a exploração de temas sociais e humanos contemporâneos, ampliando as fronteiras da criação literária.
Referências
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